Sento-me à escrivaninha.
As palavras não querem sair.
Faço todo tipo de esforço mental,
a qualquer custo,
mas elas sempre fogem de mim.
Se o significado está claro,
não encontro palavras para expressá-lo.
No dia seguinte, acordo cedo de manhã.
De repente,
a inspiração vem,
aterrissa sob o tamborilar da chuva,
a doce e necessária melodia
da cena que escrevia,
em que um casal,
por todos admirado,
descobria-se apaixonado
e, sob as juras de eterno amor,
beijavam-se.
Minha presa tem seus próprios hábitos,
hábitos que exigem adaptação, além de muito estudo.
Sou um caçador de palavras,
tentando observá-las,
sutilmente,
sem espantá-las,
aguardando sempre o momento certo
para pegá-las.
Comments