Certa noite,
a insônia me abatia.
Influenciado pelos filmes que assistia,
levantei-me da cama
e, com o auxílio de uma escada,
subi até o armário mais alto
do meu quarto,
que era todo forrado,
de modo a lembrar
uma cama de consultório médico.
Segui engatinhando.
O fundo do armário
deu lugar a um céu estrelado.
Simplesmente encantado,
deixei-me cair naquele vácuo,
por alguma razão, sem medo.
Um degrau flutuante se materializou abaixo do meu pé esquerdo,
suspendendo-me no ar.
Acima dele, outros apareceram.
De degrau e degrau,
fui levado a um portal.
Mas o resto se perdeu na memória,
ficando apenas a imagem
do fundo do armário voltando a reinar soberano,
como se tudo fosse miragem.
Das estrelas a brilhar,
e tudo aquilo
que somente o sonho e a imaginação
podem proporcionar.
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