Empatia...
Esta palavra nunca foi tão pronunciada.
No plano ideal, inclusiva,
mas quase sempre seletiva:
você sendo obrigado a entender a dor do outro sem reciprocidade;
na pior das hipóteses,
a busca pelas soluções dos reais problemas
dando lugar a um jogo ininterrupto de medo e culpa,
acusações e vingança,
onde quem ganha são os agressores
e quem perde são as vítimas.
Por vezes, confundem empatia com a não manifestação
de uma contrária opinião.
Se, por um lado, há uma banalidade da dor,
há, na mesma proporção,
uma total indiferença
a certos sofredores, por mais graves que sejam suas situações.
Onde está a proporcionalidade, a mãe da justiça?
Ou melhor: onde está a própria justiça?
Será que existe esperança
para equilibrar esta balança?
Ou isto só será possível
na medida em que pararmos de categorizar vítimas e culpados
e passarmos a problematizar a agressão em si,
abrangendo assim todos os lados?
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